No auge da polémica instalada sobre o incidente que envolveu figuras políticas do estrangeiro, incluindo o moçambicano, Venâncio Mondline, convidadas pela UNITA, partido fundado por Jonas Savimbi, o galo negro está com dificuldades de provar, materialmente, o cumprimento de procedimentos administrativos junto das autoridades governamentais angolanas.
Se por um lado, a oposição e a sociedade civil angolanas estão a criticar as autoridades governamentais, que não permitiram a permanência de Mondline no território nacional, bem como a demora no atendimento de outras individualidades no aeroporto internacional, 4 de Fevereiro, em Luanda, a UNITA, entidade que convidou tais individualidades não mostra as provas da sua tese, segundo a qual, o partido liderado por Adalberto Costa Júnior, terá notificado oficialmente as entidades diplomáticas e de segurança sobre a vinda dos referidos convidados, tendo em atenção a qualidade dos mesmos e a necessidade se garantir segurança durante a sua estada em Angola.
Sobre o assunto, Adalberto Costa Júnior disse, na manhã desta sexta-feira, 14, em entrevista aos órgãos de comunicação social, em Benguela, que o argumento das autoridades sobre a pretensa não comunicação da vinda das entidades estrangeiros não colhe porquanto, argumentou, ele mesmo fez questão de comunicar a auxiliares de João Lourenço e a Presidência da República.
No entanto, políticos e diplomatas angolanos ouvidos pelo “O protagonista” dizem que actividades de alto nível, como a conferência realizada pela UNITA carecem de formalismo administrativos e diplomáticos próprios e que não se limitam em “conversas de bar” entre amigos.
Para o Politólogo Samuel Bento “uma conferência internacional que movimenta Presidentes e ex-Presidentes de Repúblicas, Diplomatas e outras individualidades, a comunicação da entidade organizadora deve ser oficial”. Disse.
Para o jovem, neste momento, a UNITA, por via do seu Presidente, deve apresentar o protocolo das correspondências que fez com entidades dos Ministérios das Relações Exteriores, Interior e com a Casa Civil do Presidente da República, órgãos responsáveis na criação de condições objectivas e materiais para a entrada, permanência e saída de altos funcionários governamentais e não só de países com os quais Angola tem relações diplomáticas.
“Não basta dizer que comunicamos. É preciso dizer como, com quem e quando comunicaram. Onde estão os protocolos dos ofícios enviados às entidades angolanas competentes em razão da matéria?” questionou.
Disse por outro que, “receber ex presidentes, deputados, magistrados, presidentes de partidos políticos de países estrangeiros requer uma serie de actos preparatórios que incluem, dentre outros, segurança e logística”, sublinhou.
Para terminar, o jovem politogolo referiu que “embora a actividade seja realizada pela UNITA, há individualidades que carecem de recepção condigna e de Estado. Escoltas, motoristas, transporte de Estado e tudo mais deve ser da responsabilidade do Estado e não apenas da entidade que os convidou”, no caso a UNITA, rematou.
Importa sublinhar que, as autoridades angolanas fizeram saber que a demora no atendimento das individualidades, no aeroporto 4 de Fevereiro, deveu-se a necessidade de se reunir determinadas condições logisticas, protocolares e de segurança para receber e cuidar as individualidades que chegaram ao País sem o seu conhecimento, pois, argumentam, está-se diante de uma situação complexa em função da segurança, comodidade dos mesmos.