As agressões, que segundo a vítima, começaram dentro do autocarro e culminaram na parte externa do parque, resultaram do facto de o jovem, na condição de passageiro e em companhia de outros, ter exigido explicações ao pessoal da MACON que se encontrava devidamente escalado, sobre o atraso monumental na partida, de pouco mais de 4 horas de tempo.
Dos antecedentes da agressão:
Guimarães Domingos, Secretário Provincial do MEA, no Uíge, conta ao portal “O Protagonista” que procurou, na tarde de sábado, 29 de Março do ano em curso, os serviços da transportadora nacional, MACON, na base desta, sita no Gof 2, Kilamba Kiaxi, a fim de comprar um bilhete de viagem, com destino a Província do Uíge, tendo adquirido um, no valor de 11.500.kz, com a referência FR 2025/1799240, assento n.º 39, cujapartida estava marcada para 22h00.
E como ocorre com qualquer um que esteja na condição de viajante, o Secretário Provincial do MEA do Uíge e mais outros colegas de viagem esperaram até às 23h00 e, como contam a este portal, o autocarro não apareceu, muito menos alguém da transportadora se dignou em informar aos passageiros os motivos do atraso de uma hora.

Na ânsia de se informar o dirigente juvenil procurou o gestor da bilhética que, segundo conta, não soube esclarecer o motivo do atraso, o que fez com que fosse ter com um agente de segurança privada, junto à portaria, para saber se havia alguma informação a respeito.
No local, refere, visivelmente aborrecido, o segurança informou que não havia autocarro para a viagem, já já, pois, acrescentou, o único autocarro disponível estaria a ser lavado, argumento que, sustenta o jovem, não encontrou acolhimento da parte dos passageiros saturados com a situação.
Sem saída, os passageiro que fariam a rota Luanda Uíge, permaneceram no local, que segundo informam ao “O Protagonista”, sem condições de comodidade, sentados e/ou deitados no chão, nas bagagens e colos de pais, mães, irmãos e amigos, a depender da companhia mais atenciosa, até à meia noite.
Minutos depois das 00h00, conta, compareceu um automobilista que, o responsável do MEA descreve como tendo se apresentado com ares de cansaço, sonolento e de poucos amigos, fruto, segundo presumiu, do pouco descanso que a empresa cedeu ao mesmo.
Da agressão de facto:
Em marcha e já na paragem da Nova Era, o automobilista anunciou avaria do autocarro, estando obrigado a interromper a viagem, o que, segundo ele, enervou todos os passageiros e criou um sururu, envolvendo o responsável do MEA, que entendeu fazer imagens do cenário feio que se estava a viver.
Na sequência, o motorista partiu para as agressões contra o responsável da organização estudantil, com socos no peito, chapadas, e empurrões, tendo caído numa das cadeiras do autocarro, originando a quebra do seu telemóvel e a perca de acessórios, vestes rasgados pelo agressor, com a justificação de ter visto o jovem a fazer filmagens da discussão.
Da perca da viagem e do dinheiro:
Furioso com a situação, o motorista da MACON pegou no carro, que antes anunciou estar avariado e prosseguiu à marcha. Porém, sem o secretário do MEA, pois entendia que, refere o denunciante, ele não viajaria com o jovem no autocarro, o que ocorreu, mesmo com suplicas e orações dos restantes passageiros.
Abandonado, sem era nem beira, Guimarães teve que se virar de tripas ao coração para conseguir, ou uma boleia ou uma pessoa de boa vontade que ajudasse para o seu regresso à casa, a altas horas da noite, já que, no momento, o único dinheiro que tinha era o que serviu para a compra do bilhete e que não foi devolvido no momento da sua expulsão do autocarro.
Dias depois, Guimarães, diz-se, falando ao “O Protagonista” frustrado, desapontado e de braços cruzados, sem muito para fazer, porque, como sublinhou, no dia seguinte e recuperado da fadiga sem viagem dirigiu-se à base relatar o sucedido, mas, infelizmente, lamenta, a MACON limitou-se a informar que o chefe de turno iria apurar o sucedido, estando, neste momento, sem telemóvel, muito menos foi devolvido o dinheiro que gastou na compra do bilhete que não utilizou.
No apuramento dos factos, O Protagonista contactou funcionário da bilhética da base do Golf 2, mas este remeteu o caso à direcção central.
Importa sublinhar que a MACON nasceu nos meados de 2001, um projeto privado, através da união de empresários que investiram em autocarros dedicados ao transporte urbano de passageiros na capital do País (Luanda).
Actualmente, ela atende os serviços urbanos na cidade de Luanda, intermunicipais na província de Cabinda, interprovinciais (na circulação e ligação entre as 17 províncias) e internacionalização – ligação terrestre, através das fronteiras, com Países Limítrofes/vizinhos, por agora, Namíbia e República Democrática do Congo (RDC), mas enfrenta grandes desafios, em relação a pontualidade, higiene nos veículos e nas bases, onde se verificam cenários que não se compadecem com os momentos actuais, como os tipos de bancos nas estações, clima, ambiente circundante, segurança e outros.