UNITA junta-se a grupo rebelde e realiza actividade política.

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UNITA não consegue provar comunicação ao governo!

Sem dúvida alguma, uma das matérias que marcaram o mundo da língua portuguesa, nesta quarta-feira, 30, bem como o continente africano tem que ver com a conferência de imprensa conjunta realizada, como disse, há instantes, esta manhã, em Bruxelas, entre o porta-voz da organização independentista cabindense FLEC-FAC, Jean Claude Nzita e Júlio Muehombo, membro da representação da UNITA na Bélgica.

O encontro que acontece dias depois da FLEC-FAC ter anunciado que decretou um cessar-fogo unilateral de 60 dias, a 14 de Abril, em sinal de apoio à iniciativa da UNITA, principal partido na oposição em Angola, de submeter ao parlamento um Projecto de Resolução para o Presidente angolano promover “um diálogo sério e abrangente” para a paz em Cabinda, cenário considerado irreal e teatral por parte das autoridades angolanas, vem levantar questões de legitimidade.

Legitimidade de um partido político na oposição, cuja missão é o alcance do poder pela via do voto universal, directo e secreto, dentro dos limites da constituição e da lei, aliar-se, agora, a um grupo rebelde e que procura proclamar independência de uma parcela do território angolano, contrariando o disposto na constituição, segundo a qual “Angola é una e indivisível e os seus marcos compreendem os determinados antes da sua independência, em 1975”.

Ora, sendo que a Frente de Libertação do Estado de Cabinda – Forças Armadas Cabindense (FLEC-FAC) é uma organização independentista do enclave de Cabinda, parte integrante do território angolana, segundo a divisão política deixada pelo colono português, reclama há vários anos a independência desse território.

Assim, ao se aliar a uma organização destas, segundo analistas, a UNITA declara, publicamente, que Cabinda não Angola e se posiciona do lado de uma organização que luta com armas na mão para alcançar os seus objectivos-

Este alinhamento, em democracias, não pode ocorrer envolvendo organizações que procuram o poder por via de eleições, pelo que é incompatível com a actividade reconhecida a UNITA, enquanto partido político que perdeu a guerra em 2002, mais de trinta anos depois de ter pretendido tomar o poder com recurso a armas.

Analistas ouvidos pelo o protagonista entendem que o Governo de Angola deve, com urgência, tomar medidas drásticas contra a UNITA, a altura da gravidade que o partido fundado por Jonas Savimbi tomou agora, ao autorizar, a partir de Luanda, a realização de actividades políticas juntamente com um grupo rebelde, que luta por vias anti democráticas e contra à lei angolana.

“É tempo de o Governo mostrar que ganhou a guerra com a UNITA e não permitir que ela contrarie as regras democráticas. Realizar uma actividade política com um movimento independentista, que luta com armas na mão e viola todas as regras do jogo democrático é tão grave quanto pegar, ela mesma, a UNITA, e lutar contra o governo para dividir Angola, como fez de 1975 a 2002, antes da morte, em combate, do seu líder, Jonas Savimbi”, disse um analista político.

É preciso mostrar a UNITA que nem tudo vale para se chegar ao poder. E quiser fazer tudo que tenha a resposta merecida, dentro da gravidade que representa, como ocorreu agora com a FLE-FAC

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