As autoridades portuguesas anunciaram, no fim de semana, a implementação de uma estratégia nacional que visa combater a entrada e permanência naquele território europeu de cidadãos estrangeiros de forma ilegal.
O plano anunciado sábado contempla a expulsao de cerca de 18.000 estrangeiros que vivem no país sem licença ou autorização legal. António Leitão Amaro, ministro da Presidência, disse que o governo de centro-direita irá emitir cerca de 18.000 notificações aos imigrantes ilegais, pedindo-lhes que abandonem o país, noticiou a Euronews.
A decisão do governo português está a “agitar” grandemente os angolanos, quer estejam em Portugal, quer em Angola, já que é, segundo dados oficiais, o segundo país que mais imigrantes colocou nas terras lusas, nos últimos anos.
Aliás, segundo o consulado de Portugal em Angola, estima-se que até final do ano de 2023, residiam 55.589 angolanos em terras de Camões, o que representa 5,3% dos estrangeiros com residência permanente. Número que, no entanto, deve já ter aumentado nos últimos anos, face à avalanche de pessoas que continua a abandonar o país, tornando Angola o segundo país do mundo com maior número de cidadãos que receberam vistos de residência permanente ou de estadia temporária para Portugal no ano de 2023.
De acordo com um relatório publicado recentemente pelo Instituto Nacional de Estatística de Portugal, o Brasil é o primeiro país de origem dos imigrantes com residência permanente concedida no ano passado, seguido de Angola, Reino Unido, França e Ucrânia que beneficia de um programa de protecção temporária.
No entanto, de acordo com Leitão Amaro, a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) recebeu indicações para começar na próxima semana a pedir aos primeiros 4.500 imigrantes sem documentos que partam voluntariamente no prazo de 20 dias.
São sobretudo cidadãos que foram impossibilitados de permanecer no Espaço Schengen por outros países europeus, o que os impossibilita de obter autorização de residência em território Português, avançou o ministro, citado pelo jornal Público.
A preocupação dos angolanos reside, segundo analistas, pelo facto de entre angolanos residentes em Portugal de forma legal estar sempre um outro ilegal, podendo estes ilegais estar inclusivos na lista das expulsões, numa altura em que o sonho de quase todos jovens em Angola é imigrar e Portugal é o país de sonho de todos, pelo menos para começar a vida.
Oficialmente, as autoridades portuguesas ainda não informaram sobre as nacionalidades que mais terão os seus na lista das expulsões.